domingo, 22 de maio de 2011

O Vidente

O Vidente

TOMÉ teve que por as mãos nas chagas de Jesus Cristo para acreditar que Ele estava vivo. Teve que ver para crer.Isso que Ketlyn tentava explicar a Luiggi, numa sexta-feira 13, de maio de 2011, quando este ria dela, por ter consultado a um vidente, o astrólogo espanhol Walter Mercado; fazia ela com outras palavras.
-Pode rir. Vocês homens, não acreditam em nada mesmo. Pois eu liguei mesmo, precisava que alguém me desse uma palavra de afirmação, e ele adivinhou tudo, nem precisei falar, e ele já me disse:"Você gosta muito de uma pessoa..." Somente confecei que sim e ele continuou dizendo que eu tinha medo de lhe perder, mas que não era verdade...
-Errou! falou Luiggi, rindo.
-Não diga isso, Luiggi. Se você soubesse o quanto penso e me preocupo conosco, não ficaria rindo atoa.
Luiggi segurou-lhe nas mãos, e olhando sério para ela lhe jurou amor, e que se precisasse tirar alguma dúvida era a ele que devia recorrer e não a videntes, pois isso era perigoso, Willian podia ficar sabendo, pois rastrear ligações telefônicas é muito fácil.
-Tive cuidado, liguei do celular da minha irmã.
-E qual é o número do tal vidente?
-99995353.
Rindo novamente Luiggi pergunta:
-Você acredita mesmo em vidente?
Então, mesmo sem conhecer a bíblia, ela disse que devemos acreditar também naquilo que não se vê. Mas se ele não acreditasse não podia fazer nada, mas ele tinha acertado tudo, e agora sentia-se mais tranquila.
Mesmo não acreditando Luiggi não lhe tirou as ilusões.
Willian, Luiggi e Khetlyn, grandes amigos e uma aventura.
Luiggi e Kketlyn mantinham um romance as escondidas, adultério puro, o local de encontro era o mais secreto e discreto motel da cidade, Motel Talismã. Caso que teve início durante a fragilidade de Luiggi, na perda de sua mãe, Khetlyn era o ombro amigo, lhe consolava. Os fartos seios siliconados, os grandes decotes e as saias minúsculas lhe atraiam , a paixão foi acontecendo naturalmente, ambos não conseguiram fugir.
A companhia agradava muito, os olhares, gestos e palavras, cada vez mais eram ardentes. O amor chegou sem pedir licença, os cegando para o mundo.
O carinho e amizade por Willian continuavam as mesmas.
Mas como nem tudo é perfeito, certo dia Luiggi recebeu no seu MSN uma mensagem anônima lhe chamando de imoral e traidor, dizia que o caso dele era assunto da cidade. Luiggi sentiu medo, e diminuiu aos poucos as idas a casa do amigo até não mais apareceu.
Foi esse o motivo que tinha levado a Khetlyn a recorrer ao vidente, ele podia prever o futuro. Passaram-se mais alguns dias e as mensagens continuaram, agora algumas apaixonadas. A dúvida a respeito de ser Willian surgiu pois se não fosse ele podia ser outra pessoa e podia lhe contar. Khetlyn também achava.
Todo dia Khetlyn bisbilhotava o MSN, ORKUT, Email do marido temendo que ele também recebesse alguma mensagem, mas nada aconteceu. Mas, seu comportamento estava diferente, calado, com ar desconfiado. Contou isso ao amante. Achava melhor que ele voltasse a frequentar a casa deles reativar a amizade. Luiggi não concordou, e resolveram dar um tempo na relação. Triste, com lágrimas nos olhos despediram-se.
Logo no outo dia, Luiggi recebeu um telefonema de Willian. Nem consegui falar, também nem precisava, pois do outro lado ele foi logo dizendo com voz áspera: "Venha logo até a minha casa, preciso falar contigo pessoalmente".
Luiggi ficou a repetir as palavras ouvidas no telefone -"Venha logo até a minha casa, preciso falar contigo pessoalmente".
Por um instante imaginava a cena, teve medo. Mas tinha que ir. Esperava ansioso por uma mensagem ou ligação de Khetlyn lhe explicando tudo, mas não aconteceu, queria ligar-lhe mas achou melhor não, podia lhe comprometer ainda mais. Resolveu que ia logo, não sabia se devia ir a pé ou de carro, resolveu ir a pé, assim durante o caminho poderia ir pensando mais. Deveria levar uma arma? Achou melhor não. Enquanto caminhava as palavras ouvidas no telefone vinham-lhe a mente. A comoção aumentava a cada passo. Foi quando olhando ao celular a espera da ligação de Khetlyn teve uma idéia, ligar para o vidente Walter Mercado, veio ao seu ouvido a voz atrapalhada do vidente: "Ligue Djá".
-Não acredito! Foi o que logo pensou.
Continuo a caminhada cada vez mais rápido. Agora eram várias coisas a lhe atormentar. A voz de Willian no telefone lhe chamando para ir até sua casa; Khetlyn lhe chamando de incrédulo, e até antigos "causos" exotéricos de sua mãe...
Parou, e certo do que agora queria, ligou para o vidente, agora quem precisava de uma palavra era ele. A ligação demorou alguns instantes para ser atendida, agora ele desejava era ouvir a voz com sotaque castelhano do vidente. Este logo foi dizendo:
-Te acalma! O senhor esta muito assustado...
Luiggi sentiu-se compreendido, aliviado...
-E quer logo saber se vai lhe acontecer alguma coisa, não é mesmo?
-Sim. A mim e a ela.
Do outro lado, o vidente lhe restituia a paz, lhe dizendo que nada lhes aconteceria. Falou de muitas particularidades dos dois, aumentando a confiança de Luiggi nas palavras do vidente.
Após desligar o telefone, parecia as tuas preocupações terem acabado. Até riu de seus temores. Apurou ainda mais, queria logo chegar a casa do amigo, talvez este precisava dele.
Agora ia com o coração alegre e impaciente. Lembrava de todos os momentos que havia passado com Khetlyn e confiando nas palavras do vidente, nas que ainda iriam vir.
Quando percebeu estava diante do portão de Willian, tocou o interfone, o portão se abriu, ele entrou, na porta estava a sua espera o velho amigo.
-Desculpe o meu atraso, vim a pé; o que esta acontecendo?
Ele não respondeu, estava com ar apavorante, somente fez um sinal e entraram.
-Que horror! Luiggi gritou desolado. Na mesma cadeira que outrora Khetlyn sentara em seu colo, agora estava amarrada, com os seios cortados e morta. Sem tempo para reagir sentiu que algo quente lhe escorrera por dentre a camisa, passou a mão era sangue. Com um golpe certeiro lhe atacara pelas costas, caindo morto aos pés da amada.





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